Nestes últimos artigos tenho buscado falar de saúde não apenas do ponto de vista fisiológico e individual, ou do ponto de vista da doença. Tenho querido tratar de uma saúde mais sistêmica, interconectada com as diferentes realidades que nos circunda e hoje não será diferente.
De mãos dadas pela saúde
Recebi de uma pessoa muito afetuosa para mim uma imagem que circulou no Estado do Rio Grande do Sul em que a Secretaria Estadual de Saúde, Arita Bergmann, está com as mãos entrelaçadas às mãos da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Para além das tratativas em que esse encontro tenha suscitado, penso que todos nós desejamos que esse encontro seja para rumar para uma saúde integral e sustentável.
Encontros
Momentos como o já citado acima têm seu olhar voltado para a magnitude da pessoa humana, gestão estratégica, visão de conjunto e liderança transformacional. Esses elementos próprios dos gestores devem ser regados também de uma abertura interior, uma disponibilidade de escuta que é quase um ato de auscultar, uma vez que, é preciso sentir a dor que não se vê.
Pois
Já mencionei sobre isso em outro lugar, mas os profissionais e gestores de saúde têm também sua própria humanidade e por mais que fizeram escolhas por uma profissão ou missão tão exigentes nenhum se vestiu de super-heróis. Então seria tão bom se no encontro com um profissional de saúde a outra pessoa se revestisse de humanidade também.
Mas, voltado à sustentabilidade
Esse caminhar para a sustentabilidade exige, de fato, encontros, tratativas, pactuações e acima de tudo leitura de cenários cada vez mais profundos, uma vez que, os gestores da saúde em todos os recantos deste Estado esperam ávidos por boas notícias e não apenas de âmbito financeiro, mas de possibilidades de construção de redes cada vez mais fortalecidas e visionárias.
Importante ainda
Que a sociedade como um todo reconheça que a saúde é responsabilidade do Estado, mas também é um comprometer-se individual. Toda pessoa tem o compromisso de cuidar de si, de adotar posturas e atitudes que levem a uma vida mais saudável e ao mesmo tempo reconheça que se vive em comunidade, então é preciso acolher a interdependência posta na ação cotidiana.
Interdependência
Esse sentimento deveria acompanhar a humanidade. Vivemos na casa comum, então, me parece estranho que ainda tenhamos que fazer campanhas para conter o mosquito da dengue, para vacinação e erradicação de doenças, violência de gênero e tantos outros exemplos mais.
Quem bom seria...
Que as mãos dadas dessas duas mulheres de garra, determinação e ousadia nos contagiassem e que pudéssemos também nos darmos as mãos por uma saúde cada vez mais conectada, interdependente, sustentável humana e economicamente ao ponto de criarmos pontes onde há muros, fazermos uma colcha de retalhos com tecidos novos e diversos costurados apenas pelas linhas da eficiência e do desejo de sermos cada vez mais humanos e fraternos.